terça-feira, 15 de março de 2011

Os Maias

A acção de "Os Maias" decorre em Lisboa, na segunda metade dos séc. XIX.
E é constituída pela história de três gerações da família Maia.
A acção inicia-se no Outono de 1875, altura em que Afonso da Maia, nobre e rico, se instala no Ramalhete. O seu filho, Pedro da Maia, casa-se com a negreira Maria Monforte, de quem tem dois filhos. No entanto, a esposa abandona-o para fugir com um Napolitano, levando consigo a filha. O filho, Carlos da Maia, foi entregue aos cuidados do avô, após o suicídio de Pedro da Maia.
Carlos passa a infância com o avô, formando-se depois, em Medicina em Coimbra. Carlos regressa a Lisboa, ao Ramalhete, após a formatura, onde se vai rodear de alguns amigos, como o João da Ega, Alencar, Damaso Salcede, Palma de Cavalão, Euzébiozinho, o maestro Cruges, entre outros.
Carlos envolve-se com a Condessa de Gouvarinho, que depois irá abandonar. Quando conhece Maria Eduarda fica perdidamente apaixonado, mas ele pensa que ela tem marido.
Os seus encontros com Maria Eduarda começam pouco depois de a ter conhecido.
Castro Gomes, marido de Maria Eduarda, descobre o sucedido e procura Carlos, dizendo que Maria Eduarda não era sua mulher, mas sim sua amante e que podia ficar com ela.
Entretanto, chega de Paris um emigrado, que diz ter conhecido a mãe de Maria Eduarda e que a procura para lhe entregar um cofre desta que, segundo ela lhe disse, continha documentos que identificariam e garantiriam para a filha uma boa herança.
Essa mulher era a mãe de Maria Eduarda e também mãe de Carlos.
Contudo, Carlos não aceita este facto e mantém a relação com a irmã.
Afonso da Maia, o velho avô, ao receber a notícia morre desgosto.
Maria Eduarda parte para o estrangeiro, para sempre.
Carlos com Ega vai dar uma volta pelo mundo.
O romance termina com o regresso de Carlos a Lisboa, passados 10 anos, e o seu reencontro com Portugal e com Ega.

Acordo Ortográfico

O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009. Mas, até 2015, decorre um período de transição, durante o qual ainda se pode utilizar a grafia actual.

O alfabeto português passará de 23 para 26 letras, com a inclusão em definitivo do k (capa ou ), do w (dáblio, dâblio ou duplo vê), y (ípsilon ou i grego).
O uso de maiúsculas e minúsculas obedece a novas regras:
  1. os meses do ano e os pontos cardeais deverão ser escritos em minúsculas (janeiro, fevereiro e norte, sul, etc.).
  2. poder-se-á usar maiúsculas ou minúsculas em títulos de livros, no entanto a primeira palavra será sempre maiúscula (Insustentável Leveza do Ser ou Insustentável leveza do ser)
  3. também é permitida dupla grafia em expressões de tratamento (Exmo. Sr. ou exmo. sr.) em sítios públicos e edifícios (Praça da República ou praça da república) e em nomes de disciplinas ou campos do saber (História ou história, Português ou português)
A supressão de consoantes mudas tal como o nome indica, vai levar ao desaparecimento de consoantes, em que o critério para tal é a sua pronúncia.
  1. cc - ex.: transacionado, lecionar. Mantém-se em friccionar, perfeccionismo, por se articular a consoante.
  2. ação, ereção, reação. Mantém-se em fricção, sucção.
  3. ctato, atual, teto, projeto. Mantém-se em facto, bactéria, octogonal.
  4. pcpercecionar, anticoncecional. Mantém-se em núpcias, opcional.
  5. adoção, conceção. Mantém-se em corrupção, opção.
  6. pt - Egito, batismo. Mantém-se em inapto, eucalipto.
Passam a ser suprimidos alguns acentos gráficos em palavras graves: crêem, vêem, lêem passam a creem, veem e leem; pára, pêra, pêlo, pólo passam a para, pera, pelo e polo. As palavras acentuadas no ditongo oi e ei passam a ser escritas sem acento: estoico, paleozoico, asteroide e boleia, plateia, ideia. Existe também a supressão completa do trema(¨): aguentar (e não agüentar), frequente (e não freqüente), linguiça (e não lingüiça). Supressão do acento circunflexo em abençoo, voo, enjoo.
O uso do hífen vai ser suprimido em:
  1. palavras compostas em que o prefixo termina em vogal e o sufixo começa em r ou s, dobrando essa consoante: cosseno, ultrassons, ultrarrápido.
  2. o prefixo termina em vogal diferente da incial do sufixo: extraescolar, autoestrada, intraósseo.
  3. formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver: hei de, hás de.
O hífen emprega-se em:
  1. palavras compostas onde a última vogal do prefixo coincide com a inicial do sufixo, excepto o prefixo co- que se algutina ao sufixo iniciado por o: contra-almirante, micro-organismo, coobrigação.
  2. palavras que designam espécies da Biologia ou Zoologia: águia-real, couve-flor, cobra-capelo.
Pode existir dupla grafia em algumas palavras?
Sim. Isso está previsto no novo acordo por existirem diferenças na pronúncia de país para país assim temos:
judo
judô
metro
metrô
andámos
andamos

Argumentos a favor
- aproximação da oralidade à escrita
- simplicidade de ensino e aprendizagem
- unificação de todos os países de língua oficial portuguesa
- fortalecimento da cooperação educacional dos países da CPLP
- evolução da língua portuguesa
- pequena quantidade de vocábulos alterados (1,6% em Portugal e 0,45% no Brasil)
Argumentos contra
- evolução não natural da língua
- tentar resolver um “não-problema”, uma vez que as variantes escritas da língua são perfeitamente compreensíveis por todos os leitores de todos os países da CPLP
- desrespeito pela etimologia das palavras
- a não correspondência da escrita à oralidade. Por exemplo, existem consoantes cuja função é abrir vogais, mas que o novo acordo considera mudas nomeadamente em tecto, passando a escrever-se teto, dever-se-ia ler como teto (de seio)?
- processo dispendioso (revisão e nova publicação de todas as obras escritas, os materiais didáticos e dicionários tornar-se-ão obsoletos, reaprendizagem por parte de um grande número de pessoas, inclusivé crianças que estão agora a dar os primeiros passos na escrita)
- o facto de não haver acordo, facilita o dinamismo da língua, permitindo cada país divergir e evoluir naturalmente, pelas próprias pressões evolutivas dos diferentes contextos geo-sócio-culturais como no caso do Inglês ou do Castelhano
- afecto com a grafia actual
- falta de consulta de linguistas e estudo do impacto das alterações.

O Realismo

Foi um movimento artístico e literário que apareceu nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais exactamente em França.
Possui como características o menosprezo pela imaginação romântica, evidencia verdadeiramente a realidade, expõe os aspectos negativos da natureza humana, é pormenorizado, descreve a mulher como um assunto de adultério e a linguagem é elementar e clara.
Segundo Eça de Queirós, na Conferência sobre o Realismo em 1871: «O realismo [não é ] um simples modo de expor – minudente, trivial, fotográfico»; é a negação da Arte pela arte; é a proscrição do convencional, do enfático e do piegas. É a análise com o fito na verdade absoluta É a crítica do homem É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para nos conhecermos melhor (…) para condenar o que houver de mau na sociedade» «A nova literatura – o realismo como nova expressão da Arte ( 4ª conferência do Casino).

Eça de Queirós

José Maria de Eça de Queirós nasceu na Póvoa de Varzim em 25 de Novembro de 1845 e faleceu em Paris, dia 16 de Agosto de 1900.
Este é considerado um dos mais importantes escritores portugueses.
É autor de Os Maias e O crime do Padre Amaro.

A geração de 70

A geração de 70 igualmente conhecida como Geração de Coimbra foi uma revolução cultural.
O grupo tornou-se popular a partir de 1865, tendo Antero de Quental como figura de proa. Este grupo também integrava outras personalidades como: Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme de Azevedo.
A Geração de 70 tinha como objectivos constituir um grupo denominado Cenáculoque comandasse a divulgação e a reflexão crítica das ideias para: « ligar Portugal com o movimento moderno»; «agitar na opinião pública as grandes questões da filosofia e da ciência moderna» in Programa das Conferências.