O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009. Mas, até 2015, decorre um período de transição, durante o qual ainda se pode utilizar a grafia actual.
O alfabeto português passará de 23 para 26 letras, com a inclusão em definitivo do k (capa ou cá), do w (dáblio, dâblio ou duplo vê), y (ípsilon ou i grego).O uso de maiúsculas e minúsculas obedece a novas regras:- os meses do ano e os pontos cardeais deverão ser escritos em minúsculas (janeiro, fevereiro e norte, sul, etc.).
- poder-se-á usar maiúsculas ou minúsculas em títulos de livros, no entanto a primeira palavra será sempre maiúscula (Insustentável Leveza do Ser ou Insustentável leveza do ser)
- também é permitida dupla grafia em expressões de tratamento (Exmo. Sr. ou exmo. sr.) em sítios públicos e edifícios (Praça da República ou praça da república) e em nomes de disciplinas ou campos do saber (História ou história, Português ou português)
A supressão de consoantes mudas tal como o nome indica, vai levar ao desaparecimento de consoantes, em que o critério para tal é a sua pronúncia.- cc - ex.: transacionado, lecionar. Mantém-se em friccionar, perfeccionismo, por se articular a consoante.
- cç – ação, ereção, reação. Mantém-se em fricção, sucção.
- ct – ato, atual, teto, projeto. Mantém-se em facto, bactéria, octogonal.
- pc – percecionar, anticoncecional. Mantém-se em núpcias, opcional.
- pç – adoção, conceção. Mantém-se em corrupção, opção.
- pt - Egito, batismo. Mantém-se em inapto, eucalipto.
Passam a ser suprimidos alguns acentos gráficos em palavras graves: crêem, vêem, lêem passam a creem, veem e leem; pára, pêra, pêlo, pólo passam a para, pera, pelo e polo. As palavras acentuadas no ditongo oi e ei passam a ser escritas sem acento: estoico, paleozoico, asteroide e boleia, plateia, ideia. Existe também a supressão completa do trema(¨): aguentar (e não agüentar), frequente (e não freqüente), linguiça (e não lingüiça). Supressão do acento circunflexo em abençoo, voo, enjoo.O uso do hífen vai ser suprimido em:- palavras compostas em que o prefixo termina em vogal e o sufixo começa em r ou s, dobrando essa consoante: cosseno, ultrassons, ultrarrápido.
- o prefixo termina em vogal diferente da incial do sufixo: extraescolar, autoestrada, intraósseo.
- formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver: hei de, hás de.
O hífen emprega-se em:- palavras compostas onde a última vogal do prefixo coincide com a inicial do sufixo, excepto o prefixo co- que se algutina ao sufixo iniciado por o: contra-almirante, micro-organismo, coobrigação.
- palavras que designam espécies da Biologia ou Zoologia: águia-real, couve-flor, cobra-capelo.
Pode existir dupla grafia em algumas palavras?Sim. Isso está previsto no novo acordo por existirem diferenças na pronúncia de país para país assim temos:
judo judô
metro metrô
andámos andamos
Argumentos a favor- aproximação da oralidade à escrita- simplicidade de ensino e aprendizagem- unificação de todos os países de língua oficial portuguesa- fortalecimento da cooperação educacional dos países da CPLP- evolução da língua portuguesa- pequena quantidade de vocábulos alterados (1,6% em Portugal e 0,45% no Brasil)Argumentos contra- evolução não natural da língua- tentar resolver um “não-problema”, uma vez que as variantes escritas da língua são perfeitamente compreensíveis por todos os leitores de todos os países da CPLP- desrespeito pela etimologia das palavras- a não correspondência da escrita à oralidade. Por exemplo, existem consoantes cuja função é abrir vogais, mas que o novo acordo considera mudas nomeadamente em tecto, passando a escrever-se teto, dever-se-ia ler como teto (de seio)?- processo dispendioso (revisão e nova publicação de todas as obras escritas, os materiais didáticos e dicionários tornar-se-ão obsoletos, reaprendizagem por parte de um grande número de pessoas, inclusivé crianças que estão agora a dar os primeiros passos na escrita)- o facto de não haver acordo, facilita o dinamismo da língua, permitindo cada país divergir e evoluir naturalmente, pelas próprias pressões evolutivas dos diferentes contextos geo-sócio-culturais como no caso do Inglês ou do Castelhano- afecto com a grafia actual- falta de consulta de linguistas e estudo do impacto das alterações.
judo
judô
metro
metrô
andámos
andamos
Argumentos a favor
Sem comentários:
Enviar um comentário